A História do Cowboy
Tanto se escreveu sobre o cowboy histórico, mas muito pouco realmente se conhece sobre o cowboy contemporâneo. Praticamente nada foi feito para documentar aquele que se tornou o grande herói folclórico dos Estados Unidos. Será ele em realidade uma lenda viva ou existe apenas como mito perpetuado pelo cinema, anúncios de cigarros ou livrinhos de bolso?
Existem cowboys em todas as partes do mundo, tanto na Austrália, como na América do Sul e inclusive até na remota Mongólia...Mas de todos os cowboys do mundo, o americano do norte é o mais famoso, o mais conhecido, pois sua obra não se limitou a cuidar do gado, pelo contrário, ele contribuiu com seu esforço para o progresso do Oeste e da América. Conduzindo as manadas pelas intermináveis trilhas, ele proporcionou alimento às cidades, facilitando seu desenvolvimento. Não é apenas um tipo pitoresco, um espírito alegre e um modelo de trabalhador, é também um fator histórico que não pode ser desprezado.
A criação de gado iniciou-se nos Estados Unidos, na Califórnia, para onde os missionários franciscanos levaram as primeiras reses em 1769. Eles e os fazendeiros espanhóis, estabelecidos mais ou menos na mesma época, ensinaram os índios a manejar o cavalo, animal que desconheciam, e os adestraram nos cuidados do gado, empregando-os nos ranchos e nas missões, 50 anos antes, apareceram no Texas os cavaleiros da Califórnia, onde os aspectos e costumes eram muito parecidos com os da Espanha, e estes se mostravam orgulhosos de sua perícia na equitação, de seu espírito aventureiro, de sua capacidade de criar e de sua audácia.
A gíria que os cowboys falam está cheia de termos espanhóis, ligeiramente deformados, e isto é muito plausível, pois aprenderam seu ofício com os espanhóis. Nos campos relativamente pequenos e nos estreitos caminhos da Espanha, os vaqueiros conduziam o gado por meio de aguilhões, mas nas vastas planícies americanas foram obrigados a procurar um instrumento mais eficaz, e adotaram o laço, hoje característico do cowboy. Eles usavam o laço como instrumento de trabalho e também como arma ou por puro esporte. Quando os vaqueiros mexicanos cruzaram o Rio Grande e chegaram ao Texas com suas manadas, encontraram uma região imensa, ideal para a criação de gado. Em breve o México tornou-se independente da Espanha, assim como o Texas do México e os fazendeiros retiraram-se, deixando soltas numerosas cabeças, tanto bois como cavalos, que se espalharam pela pradaria e se reproduziram aos milhares. Dallas dispensa comentários. É quase a cidade símbolo do Texas.

O boneco da figura acima é o "Big Tex", símbolo da grandeza e da fartura do Texas e fica no ponto central do Texas Fair Park. O Texas foi, e é, o paraíso dos criadores de gado e a pátria dos cowboys, se bem que estejam hoje distribuídos por vários outros estados. Os texanos não se esquecem que durante anos, constituíram uma República independente e soberana e orgulham-se de serem diferentes do resto dos norte-americanos. Os seus antigos vaqueiros aprenderam com os mexicanos um novo modo de falar e vestir. Seus ranchos levantaram-se à semelhança das fazendas espanholas. Isto tem se generalizado hoje em dia, mas originou-se no Texas.
A copa alta do chapéu do cowboy, tem por finalidade formar uma câmara de ar que isola o calor, suas abas largas protegem do sol e ainda pode servir para dar de beber a um cavalo. Os mais procurados são os modelos criados por “Stetson”, famoso chapeleiro da Filadélfia.
O salto alto e oblíquo das botas de cowboy tem por objetivo evitar que o cavaleiro fique preso ao estribo quando seu cavalo cai. Sua ponta fina facilita a entrada no estribo. As botas hoje são decoradas com os motivos mais fantásticos e as cores mais diversas. Elas são a primeira coisa que um cowboy nota em um desconhecido. Pelas botas pode saber a sua procedência, seu caráter, seu grau de habilidade profissional e quase toda a história de sua vida.
Os primeiros cowboys usavam qualquer tipo de calças apertadas. Logo apareceram os “blue-jeans”, com seus clássicos bolsos e reforços cosidos com rebites metálicos. As calças são feitas de vários materiais: pele de carneiro, com o pêlo para fora, próprias para o frio, que são usadas no Wyoming e Montana; de couro, com franjas, em uso na Califórnia e Nevada. Assim como as luvas que além de abrigar e proteger as mãos, o lenço, que pode ser vermelho ou de qualquer outra cor, presta grandes serviços. Aplicado ao nariz, protege da poeira, filtra a água, serve de tipóia ou de atadura para um ferimento.
Provavelmente jamais existiu trabalhadores tão bem armados quanto os cowboys do século XIX. O revólver era a arma mais popular. Samuel Colt inventou em 1835, o modelo com tambor, do qual se fabricou mais de dois mil exemplares, que gozaram de enorme aceitação. Ao aparecer em 1873, o calibre 45, este monstruoso revólver, converteu-se no favorito do Oeste. O rifle mais difundido, por sua ligeireza e precisão, era o Winchester 73. Durante certa época foi quase obrigatório o uso da faca “Bowie”, cuja lâmina media 25 centímetros de comprimento, com fio duplo na ponta.
Era uma desonra para um cowboy vender a sua sela, com freqüência era a única coisa que possuía. Essas selas eram tão bonitas quanto resistentes e o cabeçote de seu arção, ao qual se amarravam o laço quando prendiam uma rês, era de aço forrado de couro. A sela é normalmente o banco de trabalho de um cowboy.
O cavalo faz parte integrante de sua vida, que lhe dedica cuidados extremos. Nos tempos heróicos do Oeste, grandes quantidades de potros selvagens ou “mustangs”, descendentes dos que para ali levaram os espanhóis, percorriam a pradaria em plena liberdade e pertenciam a quem os capturasse e amansasse.
Assim como tem uma maneira peculiar de vestir-se, o cowboy tem também uma maneira peculiar de falar. Algumas das palavras do seu jargão são empregadas hoje no mundo inteiro, mas até alguns anos atrás, eram totalmente incompreensíveis para quem não conhecesse bem o Oeste.
ARRIBA, ARRIBA...ÁNDALE, ÁNDALE, ÁNDALE!!!